sábado, 16 de janeiro de 2010

Dorme em paz


Acordei e a manhã estava brilhante, os pássaros falavam e as nuvens flutuavam num mar sem fim. Me sentia em completa armonia com todas os seres e todas as forças, mas nem do meu quarto eu havia saído ainda. Ao entrar no chuveiro, seintia a àgua deslisando sobre meu corpo, como se fossem mãos a me acariciar, e eu estava certo de que as mãos eram suas e que tudo que eu sentia era por sua causa. Quando saí do banho esse apocalipse de sentimentos pareciam ir se desconstruíndo como um prédio que é demolido que cai por partes. Aí eu tinha percebido que você não estava mais aqui, que o mar Mediterrâneo não poderia mais ser uma piscina e a Babilônia não poderia mais ser alí na esquina. Percebi que as cores iam sumindo dos meus olhares, tudo se transformava em preto e branco. Como nos sonhos que não conseguimos controlar, era a minha tristeza, era a minha dor, dor que eu já não mais sentia, dor que a mim já não mais feria, pois de tanta dor, eu já não mais sentia a latejação no meu peito. E agora parece que escuto com mais força a voz do Daniel Johns quando ele canta "Miss You Love". Foi tudo um sonho tão bom que agora eu só desejo dormir novamente, pra esperar você chegar.

Um comentário:

  1. Profundo e lindo, adorei, adoro acordar com essa sensação, de mesmo despois de desconstruída, te dá vontade de voltar a sonhar...

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