quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

pulso

No peito do garoto estava um objeto simbolizando todo seu destino percorrido, toda sua falta de coragem, todas vezes que disse não se arrepender, mas no fundo estava arrependido. Seu destino é como suas escolhas musicais, não há escolha, não há um gosto certo, há somente a vontade de percorrer a sonoridade que bate em sua mente e sussura em seus ouvidos. Meu Deus, ajude essa pobre criatura que só lhe pede uma mão para segurar, só lhe pede um sossego, uma calma para respirar sem precisar usar de máscaras.
Sem cor, sem ar, sem nada mais que valha a pena ver, ele segue somente com um sopro de alma e uma ponta de esperança instalada no ofuscado brilho de seus olhos, que de tanto ofuscar, imploram para brilhar novamente. E só pedem que esse dia chegue logo, o dia em que tudo ficará calmo e menos cinza do que parece ser. Seu coração agora volta à bater, bater como um moinho trabalhando para iluminar os céus em noites de primavera, carregue suas energias, os moinhos estão percorrendo e arrastando as multidões, para que os corações voltem a bater, sem os perigos trabalhados pelas memórias, que de tão cinzentas, cinzas já não querem mais ser. Prepare-se para se apaixonar mais uma vez, verdadeiramente.