quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

pulso

No peito do garoto estava um objeto simbolizando todo seu destino percorrido, toda sua falta de coragem, todas vezes que disse não se arrepender, mas no fundo estava arrependido. Seu destino é como suas escolhas musicais, não há escolha, não há um gosto certo, há somente a vontade de percorrer a sonoridade que bate em sua mente e sussura em seus ouvidos. Meu Deus, ajude essa pobre criatura que só lhe pede uma mão para segurar, só lhe pede um sossego, uma calma para respirar sem precisar usar de máscaras.
Sem cor, sem ar, sem nada mais que valha a pena ver, ele segue somente com um sopro de alma e uma ponta de esperança instalada no ofuscado brilho de seus olhos, que de tanto ofuscar, imploram para brilhar novamente. E só pedem que esse dia chegue logo, o dia em que tudo ficará calmo e menos cinza do que parece ser. Seu coração agora volta à bater, bater como um moinho trabalhando para iluminar os céus em noites de primavera, carregue suas energias, os moinhos estão percorrendo e arrastando as multidões, para que os corações voltem a bater, sem os perigos trabalhados pelas memórias, que de tão cinzentas, cinzas já não querem mais ser. Prepare-se para se apaixonar mais uma vez, verdadeiramente.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

in the Sky

O céu nos cobre com um azul tão intenso que acho que é em turqueza, sua pele em tom azulado me faz os olhos brilharem mais ainda. As flores de celofane são além de amarelas e verde, são de cor tangerina também. Corações brilham como diamantes em baixo do céu turqueza com estrelas e flores de celofane.Vamos pintar o mundo e deixar tudo desaparecer e só existir nós dois, um para o outro, eu para você e você para mim, nós dois sorrindo. Quando chegar amanhã de manhã vamos sair do céu de palavras, e eu contarei os segundos para voltar para os seus braços e ver sua cara de sono ao amanhecer mais um dia.

sábado, 27 de março de 2010

Surpresas escuras

No escuro
Eu estou no escuro
E vejo além do que eu quero
Sinto toda diferença
Repugnação de instantes
Surpresa!
Oh my God
Eu estou me iludindo
Alguém esntregue minha alma
Eu não tenho mais nada pra oferecer
Me ajude, eu quero me libertar
São muitos risos
Riscos
Limitações
Grite!
Me tire dessa escuridão

Eu entrego minha alma

Qual o preço que eu pago?
Eu posso oferecer o nada
Pois é o que eu tenho dentro de mim
E de valor eu carrego
Uma moeda velha
E todas as lembranças que tenho

Acabem com todas as pontuações
Vamos ser apenas frases soltas
Perdidos pelo mundo
Em palavras bordadas
Bordadas em corações vazios
A escuridão me tráz
Tudo o que eu não quero esquecer.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

(...) então, sobra o que é mais bonito.

- Cala essa boca!
- Não, não calo não.
- Por quê você é assim?
- Assim como?
- Tão feita pra mim.
- Porquê só eu sei te amar.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

car-na-val

A alegria gritava na multidão de rostos pintados, olhos encantados e pés cansados, multidão de todas as idades, de todas as cores e jeitos. Máscaras, perucas, confetes, cores e maquiagens, davam todo o toque especial dos dias, toda diversão de olhar alguém se divertindo sem se preocupar com nada e nem ninguém. Crianças brincando de ser piratas e índios, índios de piratas e piratas de criança. Homem que vira mulher e mulher que vira homem, e tbm tem travesti que vira Madonna, Lady Gaga e por aí vai. E ninguém percebeu que no meio disso estava o Pierrot, apaixonado por uma colombina, que estava longe, e ele não conseguia encontrar o amor que ele queria em qualquer braço. E ele pintou com o nariz os arcos da Lapa, riscou parte da zona sul, gritou, escandalizou e o dia que insistia em nascer, dava pé pra mais uma noite de alegrias, pessoas e cansaço. E o Pierrot chora, por não ter o amor da sua colombina ao lado, e o bloco no ultimo dia ainda tem que ser levantado pelo samba. Enquanto ele brinca de ser feliz, vão chegando as cinzas da quarta-feira, trazendo as lembranças da colombina e a volta pro seu mundo de verdade, que ele insiste em não querer voltar. Depois de tantos encontros e desencontros, é fato que as cinzas tinham que chegar, pois todo carnaval tem que ter seu fim.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

s_u_ _de


Ela chega de modo singelo, afastando pensamentos da mente. Acelerando o peito, fazendo ter os sentimentos mais negativos. Ela cada vez se transforma mais na pior inimiga e não saber como lidar com toda essa situação é até normal. Não volte aqui, só quando for pra fazer o bem, saia e não volte mais. Não volte até eu redimir minha estrutura e reconstruir minhas figuras descartáveis.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Onde foi parar tudo? Um dia que tudo amanheceu girando, era só mais um erro.

Quando tudo parou eu falei:
"estão conspirando contra mim, ou é algum tipo de brincadeira?!"
A voz me responde:
"É somente a sobrevivência."
Eu perguntei:
"E onde fica a fantasia, os seres mágicos, os pássaros falantes, as nuvens de algodão...onde?"
Ela simplesmente abaixou a cabeça, fez uma pausa respirando profundamente e me disse com os olhos lacrimejando:
"Nunca existiu!"

Voltei a perguntar:
"Nem mesmo um segundo?"
Ela dessa vez não me respondeu com palavras, somente me mostrou a realidade.
....

sábado, 16 de janeiro de 2010

Dorme em paz


Acordei e a manhã estava brilhante, os pássaros falavam e as nuvens flutuavam num mar sem fim. Me sentia em completa armonia com todas os seres e todas as forças, mas nem do meu quarto eu havia saído ainda. Ao entrar no chuveiro, seintia a àgua deslisando sobre meu corpo, como se fossem mãos a me acariciar, e eu estava certo de que as mãos eram suas e que tudo que eu sentia era por sua causa. Quando saí do banho esse apocalipse de sentimentos pareciam ir se desconstruíndo como um prédio que é demolido que cai por partes. Aí eu tinha percebido que você não estava mais aqui, que o mar Mediterrâneo não poderia mais ser uma piscina e a Babilônia não poderia mais ser alí na esquina. Percebi que as cores iam sumindo dos meus olhares, tudo se transformava em preto e branco. Como nos sonhos que não conseguimos controlar, era a minha tristeza, era a minha dor, dor que eu já não mais sentia, dor que a mim já não mais feria, pois de tanta dor, eu já não mais sentia a latejação no meu peito. E agora parece que escuto com mais força a voz do Daniel Johns quando ele canta "Miss You Love". Foi tudo um sonho tão bom que agora eu só desejo dormir novamente, pra esperar você chegar.